quarta-feira, 16 de junho de 2010

FINITO


Vejo todos os meus irmãos morrendo, todos os dias.
A morte os cerca e me cerca.
Crassa por aí uma peste maior do que aquela que Camus contou.
E aqui não temos o solidário Dr. Rieux.

Os lugares por onde passei também já não existem mais, a não ser somente nas minhas lembranças. E as pessoas que conheci, as flores que cultivei e o amor que senti, já nada existe.
Finitos.
Passaram.
Morreram.
A peste os levou.

Além disso, vejo o amor morrendo todos os dias e pessoas se apegando ao que está morto, ao que passou.

Sinto que vivemos como se não tivéssemos uma origem, apenas a certeza do fim.

Tudo é finito, temporal.

Finitos nós, nossos corpos densos, nossas ideias tortas, nossos rótulos, nossos juízos sem causa.

Está faltando nos amarmos como irmãos.

sábado, 5 de junho de 2010

Sobre Vozes e Vertentes

Lembro o dia em que o Froilam postou em seu blog o poema "espigas de luz" e disse que era para seu novo livro.
Deparo-me com este poema abrindo Vozes e Vertentes, após o primoroso prefácio da Erilaine Perez.
A poesia do Froilam, hoje, é uma poesia da alma, da expansão da consciência, conectada com as pequenas dádivas de vida, do quotidiano, e o incógnito idiossincrático de "deus"(pág.113).
A sua sintaxe enxugada tornam as palavras mais fortes e expressivas, atingindo, contundentes, a emoção do leitor.
Sinto que houve um crescimento na sutileza das metáforas, na musicalidade dos versos, na delicadeza de expressões em relação a Ponteiros de Palavras.
Isso é interessante e muito bacana, visualizando o todo da obra do autor.
Um belíssimo livro para se ler, refletir, meditar !
Parabéns, Froilam !